Mariana Moura, acionista do Grupo Baterias Moura, grande estudiosa e ativista da inclusão das mulheres nas empresas familiares, fez importante participação no FBFE Mulher 2021, diretamente do Recife, PE.

Mariana Moura, antes de mais nada, se apresentou como mãe, esposa, parte de uma família de origem e parte de uma família estendida, onde incluiu tio e primos, como parte de sua identidade. Uma “Mariana família” como denominou, cujo os laços familiares são um esteio importante.

Nela, cabe também uma Mariana Moura multifacetada que gosta de cuidar da casa, do jardim, que adora decoração e arte e que faz ioga, cuida do corpo e gosta de mar. E a Mariana que foi apresentada no evento: aquela com mestrado na INSEAD e que hoje atua como conselheira no grupo Baterias Moura e como coordenadora do conselho de acionistas. E que também ocupou por muito tempo, a presidência do Conselho de Família da empresa.

Sempre muito envolvida nos processos de desenvolvimento da governança do grupo, o tema empresa familiar virou algo tão relevante em sua vida, que virou profissão. Mariana atua também como consultora com foco em desenvolvimento e educação de membros de famílias empresárias.

Junto com mais quatro sócios, ela fundou a Escola F, um espaço de troca e de educação para membros de famílias empresárias. Mariana Moura faz doutorado sobre desenvolvimento de liderança de novas gerações, com um olhar psíquico social.

Ela citou um artigo (Woman, Family, Culture and Family Business) que diz que o ambiente da empresa familiar pode ser extremamente favorável e produtivo para as mulheres. Porém, quando a cultura e a dinâmica familiar, carrega um preconceito de gênero, isso termina sendo transferido para o ambiente da empresa. Tornando mais difícil fazer mudanças.

O ideal é que se olhe a dinâmica familiar e empresarial como dois sistemas distintos, que interagem. A família, como sistema de normas, valores e regras, que coexiste com o sistema empresa.

Esse é o grande desafio dos grupos familiares:  equilibrar esses dois sistemas, que muitas vezes não são compatíveis. No sistema da empresa é muito comum encontrarmos um sistema de hierarquia estrutural. Ou seja, a autoridade é determinada pela geração a que você pertence. Os pais, geralmente, têm autoridade sobre os filhos. As pessoas de gerações mais velhas acabam tendo cargos hierarquicamente superiores às pessoas das gerações mais novas.

Outro achado muito comum nas empresas familiares é a regra do primogênito. Há a expectativa de que o filho mais velho será o sucessor. É uma lógica, que para o ambiente empresarial pode não fazer sentido. As vezes aquela pessoa não é a mais indicada para a posição e nem tem vocação para o cargo. Essa lógica contraria aquela de se buscar a pessoa mais qualificada.

Mariana, apresentou pesquisas que analisaram como as mulheres navegam nas empresas familiares na busca de uma posição de liderança e qual estratégica elas usam.

  • Estratégia 1 – atuar em conformidade com as expectativas de gênero onde a mulher se coloca como uma liderança temporária.
  • Estratégia 2 – atuar como segunda liderança “estou aqui, mas como segunda liderança”.
  • Estratégia 3 – é a mulher que luta contra os papéis convencionais esperado do seu gênero e vai buscar se posicionar como liderança independente.

Para Mariana Moura “o tema equidade de gênero é nevrálgico e deve ser pauta na governança familiar. A presença de mulheres nas empresas, aumenta a performance do negócio, principalmente quando estão posicionadas em cargos de liderança”.

Matéria publicada no portal do Fórum Brasileiro da Família Empresária.

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