Os desafios que cercam o processo de sucessão nos negócios familiares como a falta de incentivo à formação educacional e à capacitação de herdeiros e sucessores e também aspectos relacionados a dificuldade do fundador abrir mão do poder foram temas da minha palestra durante o IX Congresso Nacional de Empresas Familiares, Family Office e Gestão de Patrimônio, que aconteceu em São Paulo.

 A dinâmica entre quem manda e quem obedece, se não trabalhada de forma justa e transparente, pode acarretar no desentendimento entre os membros da família, gerando conflitos muitas vezes insuperáveis.

Os padrões de comportamento familiar tendem a se repetir de geração para geração. Padrões que precisam ser explorados de forma individual, no grupo familiar e no ambiente corporativo. Entendemos assim que o membro familiar, a família e o negócio fazem parte de um sistema complexo e se relacionam ao mesmo tempo de maneira inter-dependente e independente, um sempre influenciando o outro.

Fundadores que não conseguem administrar os dilemas da sucessão como a dificuldade em escolher um dos filhos para assumir os negócios, dúvidas de qual filho é capaz de dar continuidade aos negócios e o medo de perder o poder, acabam afastando talentos e as futuras gerações, e desestimulando-as a atuar na empresa familiar.

A questão principal está em um ponto crucial: por que alguns fundadores têm tanta dificuldade em passar o bastão? Para fundadores como os descritos aqui, abrir mão do poder significa aceitar que o seu papel chegou ao fim e que a morte se aproxima. Aceitar a sucessão, o ócio, é aceitar a morte. Muitos fundadores, com poder e dinheiro, transformam seus sucessores em marionetes, anulando a individualidade de seus descendentes. Quando o dinheiro se torna um mecanismo de defesa para lidar com a dor, os medos e a insegurança, é muito difícil que ocorra um processo de sucessão sadio.

Como mestre em “Consulting and Coaching for Change” pela INSEAD procuro, por meio de minha experiência pessoal e profissional, contribuir com as famílias empresárias para que problemas como esses sejam enfrentados de forma madura e criteriosa. Essa é a missão do trabalho que venho realizando com famílias empresárias em todo o Brasil através do Fórum Brasileiro da Família Empresária – FBFE, algo singular.

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